Notícias

Empresas familiares ignoram o planejamento sucessório

Marina Diana O momento mais crítico em uma empresa familiar é a sucessão. Mesmo assim muitas empresas não se preocupam com essa fase por confundi-la com o procedimento ligado a herança. Por isso, 55% das empresas brasileiras não possuem qualquer tipo de planejamento sucessório. A ausência desse procedimento pode acarretar, inclusive, a quebra de uma empresa em curto prazo. Segundo dados do estudo "Sucessão e Governança Corporativa nas Empresas Familiares no Brasil", divulgado pelo Núcleo de Pesquisa de Empresas Familiares da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a maioria das companhias pesquisadas não tem a definição de quem será o sucessor. De acordo com um dos pesquisadores, o advogado Pedro Podboi Adachi, sócio diretor da Societás Consultoria, a sucessão é o ponto que gera mais conflitos em empresas, chegando a atrapalhar o convívio entre familiares. "Todo mundo sabe que precisa passar o bastão, mas vinculam a sucessão à morte do fundador. Isso é um erro. Os sócios que fundam uma empresa se unem por livre e espontânea vontade à união. Já os filhos, fazem parte de uma sociedade imposta. Aí nasce o maior conflito", explica. Comprovando a baixa preocupação das empresas com a sucessão, o estudo mostra que as companhias não têm qualquer programa destinado para a nova geração (81%), ou mesmo apoio a novos projetos de vida para quem será sucedido (86%). Outro dado revelado pela pesquisa é a composição da diretoria: 54% das empresas possuem a direção exclusivamente composta por homens, enquanto apenas 3% é formada por mulheres. Paternalismo Segundo o estudo, existe a tendência à herança paternalista do empresário brasileiro, cujo sonho do fundador é deixar a empresa para o filho e parentes na diretoria. Cerca de 72% das empresas pesquisadas mostrou que a diretoria é composta por familiares.. "Muitas vezes a pessoa ideal para ficar à frente da empresa não é da família e isso ainda não é bem aceito. Em outra situação, os pais viram chefes e precisam analisar o desempenho dos filhos para decidir quem deve substituí-lo. Isso pode contaminar a relação familiar quando existem negócios em comum", explica Adachi. O especialista conta que empresas como o Banco Itaú, o grupo Gerdau e a Votorantim são exemplos de bons planejamentos sucessórios. Esta última, por sua vez, ganhou em 2005 o prêmio Family Business Network, numa eleição realizada anualmente com companhias no mundo. Dificuldades O estudo demonstra que 34% das empresas já enfrentaram uma sucessão, 18% estão passando pelo processo e 48% ainda não ocorreram sequer uma sucessão. O especialista em contratos Anderson Augusto Ribeiro, sócio da Faragone Advogados Associados, afirma que as empresas recorrem à Justiça para resolver problemas que poderiam ter sido abordados antes do processo de herança. "Muitas vezes uma empresa próspera fica sem administrador porque tem alguém que centraliza poderes, geralmente o fundador. Com o falecimento dele, a empresa fica acéfala", afirma. O perfil do principal executivo pesquisado no estudo da ESPM demonstra que a maioria das organizações ainda está sendo conduzida pelo fundador (55%), e a faixa etária do principal executivo aponta que 38% estão entre 50 e 60 anos.
voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 6.085 6.088
Euro/Real Brasileiro 6.3412 6.3573
Atualizado em: 20/12/2024 20:59

Indicadores de inflação

09/202410/202411/2024
IGP-DI1,03%1,54%1,18%
IGP-M0,62%1,52%1,30%
INCC-DI0,58%0,68%0,40%
INPC (IBGE)0,48%0,61%0,33%
IPC (FIPE)0,18%0,80%1,17%
IPC (FGV)0,63%0,30%-0,13%
IPCA (IBGE)0,44%0,56%0,39%
IPCA-E (IBGE)0,13%0,54%0,62%
IVAR (FGV)0,33%-0,89%-0,88%