Notícias

Conselho fica de fora da briga sobre correção do FGTS pela inflação

Órgão curador do fundo decide esperar um posicionamento da Justiça sobre o tema

 O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CC-FGTS) decidiu nesta quarta-feira (19) ficar de fora, por enquanto, da disputa judicial sobre se os saldos dos trabalhadores devem ser corrigidos pela inflação, e não pela Taxa Referencial (TR).

Desde outubro do ano passado, quando a enxurrada de ações sobre o tema ganhava força, o órgão debatia a possibilidade de fazer um esclarecimento. O objetivo era mostrar que a aplicação da TR está prevista na legislação do FGTS.

Ao fazer isso, entretanto, o Conselho estaria fortalecendo a posição do governo, que é contrário à correção pela inflação. A avaliação é de um integrante da bancada dos trabalhadores ouvido pelo iG – os sindicatos têm sido grandes impulsionadores dos processos judiciais.

Eles [representantes do governo e das entidades patronais] vieram com a proposta de apresentar uma manifestação em relação a legitimidade [da TR], de manter como está”, afirma o integrante.

Outro conselheiro explica que a ideia da campanha seria mais no sentido de buscar esclarecer que a Caixa Econômica Federal, gestora do fundo, não cometeu nenhuma ilegalidade ao corrigir os saldos pela inflação. Não haveria interesse de defender uma tese ou outra.

Ainda assim, o Conselho decidiu aguardar um posicionamento da Justiça sobre a disputa, que pode vir tanto do Supremo Tribunal Federal (STF) – onde uma ação apresentada pelo partido Solidariedade pede o fim da lei que estabeleceu o uso da TR – como do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde um processo definirá qual entendimento será aplicado às cerca de 50 mil ações que já foram propostas sobre o tema.

TR tem perdido da inflação desde 1999

A legislação determina que o FGTS seja corrigido pela TR. Desde 1999, entretanto, a taxa tem perdido para a inflação – o que leva a uma corrosão do poder de compra do dinheiro que o trabalhador tem no fundo.

O STF já decidiu que a TR não pode ser usada como parâmetro para correção monetária nos precatórios (dívidas que o governo tem com a população). As ações pedem que o mesmo entendimento seja aplicado ao FGTS.

Nas contas do Instituto FGTS Fácil, que defende a correção pela inflação, um trabalhador que tinha, em fevereiro, um saldo iniciado em 1999, teve perdas de 103,3%. O governo teria deixado de depositar R$ 206,7 bilhões em em todas as contas do período.

Até hoje, a Caixa não apresentou nenhuma conta oficial, mas afirma que cerca de 45 milhões de trabalhadores seriam beneficiados. Em contrapartida, diz o banco, quem tem crédito habitacional financiado com recursos do FGTS veria os juros do empréstimo quase dobrar.


voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.6126 5.6141
Euro/Real Brasileiro 6.1338 6.1418
Atualizado em: 11/10/2024 17:59

Indicadores de inflação

07/2024 08/2024 09/2024
IGP-DI 0,83% 0,12% 1,03%
IGP-M 0,61% 0,29% 0,62%
INCC-DI 0,72% 0,70% 0,58%
INPC (IBGE) 0,26% -0,14% 0,48%
IPC (FIPE) 0,06% 0,18% 0,18%
IPC (FGV) 0,54% -0,16% 0,63%
IPCA (IBGE) 0,38% -0,02% 0,44%
IPCA-E (IBGE) 0,30% 0,19% 0,13%
IVAR (FGV) -0,18% 1,93% 0,33%